domingo, 19 de janeiro de 2014

lúcida




Você esta tão cheirosa
e a cada dia mais bonita
hoje principalmente
brincos e colar
num contraste suave
com a pérola dos teus
grandes olhos cor de mel,
você é linda
me faz pensar como seria
se eu pudesse te sequestrar
tirar você daqui
estar noutro lugar
longe dessas caras tóxicas
que não te fazem bem algum
deixa eu te levar











quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fado de sinos à dobrar por mim



Lima nordestina:
Tempos pensando na maior
Mais bonita e honesta razão
Para explicar a estranha ligação entre eu e você
Uma forte dose nostálgica
Com tudo aquilo que não pôde ser
Uma canção perdida
A poesia que eu tanto quis escrever


Pergunto – me mais
Se um dia ainda seremos nós, e se isto é certo
Haja dito e haja visto todos os quais, porquês e poréns
De se mergulhar no desconhecido mar aberto
Sob nada mais que o brilhar das estrelas suspensas no espaço
Mar profundo
Mar distante
Mar me chama saudades

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Breve monólogo visceral



Já quis sair do ar de verdade
desativar a sanidade
ativar o inconsciente
para descobrir se me flagro
escapo ou me encaixo

Esta vida é estranha
com toda esta relatividade
hoje te dou flores
amanhã nem te ligo
hoje sou um ser humano maravilhoso
amanhã um perfeito cretino


As vezes vou podando à contra gosto
o temperamento difícil num sorriso doce
para não ter que estrangular alguém

Esta vida é estranha mesmo
com tantos conservantes
e placas de computador
quase ninguém se importa mais
quase ninguém ama, quase ninguém vive



sábado, 22 de dezembro de 2012

Lacuna



O firmamento
tão intrigante quanto o mistério que habita em nós


Pensar que a terra é apenas uma fração
do infitito fascinante corpo celeste
provoca reflexão à respeito dos limites e origens
do complexo finito corpo humano
visto que dezenas de milênios de existência
não foram o bastante para desenvolver
ao menos metade das nossas expectativas intelectuais


Temo crer
que as respostas da vida
nos serão reveladas apenas em morte
num curto espaço de tempo






domingo, 17 de abril de 2011

Lógica de estimação




Não pense, imagine
e deixe o lápis riscar o papel
como uma folha que passeia no rio
é simples visualizar uma obra - prima

Pensando se deixa em segundo plano a espontaneidade
medindo cada detalhe, riscos e e retas
submetendo o talento à negócio
transformando vocação em cálculos

O ponto perfeito não é exato, a imaginação despretensiosa
apenas com um vínculo temporário do que se sente
fica a cargo das mãos imprimir o que esta dentro da cabeça
uma cópia tão original quanto aquilo que você é

Nesse mundo tecnológico
a arte se tornou digitalizada
e o velho papel ultrapassado
idéias ainda surgem na ponta do lápis
mas sempre acabam em pixels

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Insensível



Não consigo dizer que não vai ficar legal, dou palpite

desconverso mas você insiste

fala para eu ser honesto

enquanto faz uma mistura de tango com bolero

pisa no meu pé

diz que ser sincero não faz mal

compõe frases bonitas, verifica minhas narinas

traça meu perfil psicológico e mapa astral

ela repara e analiza, se queixa e desabafa

é triste não ter um alguém para compartilhar

ou apenas sentar e ouvir

o suspiro do vocal entre uma frase e outra de uma bela canção

em meio a palavras tingidas de rubro vermelho

não queria parecer insensível

mas chega de tanto sentimentalismo

vamos embora só você e eu, deixa o amor para mais tarde

podemos nos sequestrar

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Uma dose de mim



Quem sou eu?
não sei,nunca soube e viverei sem saber
até quando as âncoras da minha juventude
atracarem na areia úmida.

Meu corpo flui num reduto de náuticos
fantasiados de cowboy, minha mente paira
sob o notório enquanto constrói


Após a inóspita recepção da lógica social
jamais pude ser o mesmo.
tomei uma dose a mais de mim
acabei antes do fim




segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Estupidez elevada


Ao expressar superioridade ridícula de forma inadequada
você passa a ser automaticamente ser humano idiota

Incapaz de enxergar pontos de vista dos quais deteve-se uma dia
cego pela baboseira equilibrada da cadeia intelectual
retido por uma espécie de prazer sujo que se alimenta da ingenuidade alheia
o monstro chamado ego
devora ignorantes e atropela opiniões
deixando um rastro mixto de admiração e fúria

Uma síntese eloquênte vira um vocabulário surdo
na boca de um dito universitário arrogante


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ocasião



Procurava na praias, nas estradas, nas calçadas
mas foi entre uma janela, um corredor e uma escada
que avistei casualmente minha outra suposta alma

no cabelo trança, no corpo sardas dentro de um vestido azul
tão bonita que para certos trouxas, quase imaculada
com olhar periférico para pessoas apaixonadas

Não era difícil deixar-se levar por sua filosofia barata
de que havia um sentido para cada acaso
e que existiam mais respostas aqui na terra do que em todo o espaço

mesmo resistindo
minha razão por completo imergia
na fábula sentimental que ela criara

Capturado através de métodos
do qual um homem não pode fugir
naquele dia me tornava mais um

vulnerável aos caprichos de uma mulher
e imune aos enganos do amor




domingo, 4 de julho de 2010

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pura vida suja



A rua é seu quarto
se brinquedo é lixo
escolhe com minúcia de gente grande
pedaços de jornal sujo
e tábuas entre pregos enferrujados
visiona uma sala de estar
arquitetada por esqueletos de quarda-chuva
e tiras de papelão úmido

Indiferente à lama e aos arranhados no joelho
mantém semelhanças de quem ainda é criança
decora naturalmente o lugar
dispersa colegas, que precoces
perderam a pureza de simplesmente brincar

A realidade para nós é dura
para um menino com poucos anos de idade
é apenas a pura realidade


sábado, 26 de junho de 2010

Entusiasmo imbecil



Roupa no varal sacode

nuvens crescem, folhas caem

batuta de vento ganha força

melodia toma forma

surge coreografia divina

regida por brisa precisa

a chuva desce


( A chuva vem, e muitas vezes desapercebida,
muitas vezes indesejada, afinal
é apenas outro processo natural da terra
além do que, temos de "tocar" nossas vidas,
pois não há tempo para detalhes
ou preciosismos que uma vez dentro do contexto massante da rotina
já não fazem sentido algum )



terça-feira, 13 de abril de 2010

Atuando



Meu bem bancando a sádica após uns drinks
se torna mais uma dona da verdade

peneirada pela chuva, ressuscita
problemas clichês de um cardíaco amor

com o coração na palma da mão
espreme restos de uma separação
criando assim estrelas de mais um triste show

vai seguindo e o ato não termina
gesticula, nega, afirma
pisa forte numa poça enquanto grita:
não, não é o fim ainda!