Fernando Maia
Poeta delirante
domingo, 19 de janeiro de 2014
lúcida
Você esta tão cheirosa
e a cada dia mais bonita
hoje principalmente
brincos e colar
num contraste suave
com a pérola dos teus
grandes olhos cor de mel,
você é linda
me faz pensar como seria
se eu pudesse te sequestrar
tirar você daqui
estar noutro lugar
longe dessas caras tóxicas
que não te fazem bem algum
deixa eu te levar
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Fado de sinos à dobrar por mim
Lima nordestina:
Tempos pensando na maior
Mais bonita e honesta razão
Para explicar a estranha ligação entre eu e você
Uma forte dose nostálgica
Com tudo aquilo que não pôde ser
Uma canção perdida
A poesia que eu tanto quis escrever
Pergunto – me mais
Se um dia ainda seremos nós, e se isto é certo
Haja dito e haja visto todos os quais, porquês e poréns
De se mergulhar no desconhecido mar aberto
Sob nada mais que o brilhar das estrelas suspensas no espaço
Mar profundo
Mar distante
Mar me chama saudades
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Breve monólogo visceral
Já quis sair do ar de verdade
desativar a sanidade
ativar o inconsciente
para descobrir se me flagro
escapo ou me encaixo
Esta vida é estranha
com toda esta relatividade
hoje te dou flores
amanhã nem te ligo
hoje sou um ser humano maravilhoso
amanhã um perfeito cretino
As vezes vou podando à contra gosto
o temperamento difícil num sorriso doce
para não ter que estrangular alguém
Esta vida é estranha mesmo
com tantos conservantes
e placas de computador
quase ninguém se importa mais
quase ninguém ama, quase ninguém vive
sábado, 22 de dezembro de 2012
Lacuna
O firmamento
tão intrigante quanto o mistério que habita em nós
Pensar que a terra é apenas uma fração
do infitito fascinante corpo celeste
provoca reflexão à respeito dos limites e origens
do complexo finito corpo humano
visto que dezenas de milênios de existência
não foram o bastante para desenvolver
ao menos metade das nossas expectativas intelectuais
Temo crer
que as respostas da vida
nos serão reveladas apenas em morte
num curto espaço de tempo
domingo, 17 de abril de 2011
Lógica de estimação
Não pense, imagine
e deixe o lápis riscar o papel
como uma folha que passeia no rio
é simples visualizar uma obra - prima
Pensando se deixa em segundo plano a espontaneidade
medindo cada detalhe, riscos e e retas
submetendo o talento à negócio
transformando vocação em cálculos
O ponto perfeito não é exato, a imaginação despretensiosa
apenas com um vínculo temporário do que se sente
fica a cargo das mãos imprimir o que esta dentro da cabeça
uma cópia tão original quanto aquilo que você é
Nesse mundo tecnológico
a arte se tornou digitalizada
e o velho papel ultrapassado
idéias ainda surgem na ponta do lápis
mas sempre acabam em pixels
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Insensível
Não consigo dizer que não vai ficar legal, dou palpite
desconverso mas você insiste
fala para eu ser honesto
enquanto faz uma mistura de tango com bolero
pisa no meu pé
diz que ser sincero não faz mal
compõe frases bonitas, verifica minhas narinas
traça meu perfil psicológico e mapa astral
ela repara e analiza, se queixa e desabafa
é triste não ter um alguém para compartilhar
ou apenas sentar e ouvir
o suspiro do vocal entre uma frase e outra de uma bela canção
em meio a palavras tingidas de rubro vermelho
não queria parecer insensível
mas chega de tanto sentimentalismo
vamos embora só você e eu, deixa o amor para mais tarde
podemos nos sequestrar
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Uma dose de mim
Quem sou eu?
não sei,nunca soube e viverei sem saber
até quando as âncoras da minha juventude
atracarem na areia úmida.
Meu corpo flui num reduto de náuticos
fantasiados de cowboy, minha mente paira
sob o notório enquanto constrói
Após a inóspita recepção da lógica social
jamais pude ser o mesmo.
tomei uma dose a mais de mim
acabei antes do fim
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Estupidez elevada
Ao expressar superioridade ridícula de forma inadequada
você passa a ser automaticamente ser humano idiota
Incapaz de enxergar pontos de vista dos quais deteve-se uma dia
cego pela baboseira equilibrada da cadeia intelectual
retido por uma espécie de prazer sujo que se alimenta da ingenuidade alheia
o monstro chamado ego
devora ignorantes e atropela opiniões
deixando um rastro mixto de admiração e fúria
Uma síntese eloquênte vira um vocabulário surdo
na boca de um dito universitário arrogante
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Ocasião
Procurava na praias, nas estradas, nas calçadas
mas foi entre uma janela, um corredor e uma escada
que avistei casualmente minha outra suposta alma
no cabelo trança, no corpo sardas dentro de um vestido azul
tão bonita que para certos trouxas, quase imaculada
com olhar periférico para pessoas apaixonadas
Não era difícil deixar-se levar por sua filosofia barata
de que havia um sentido para cada acaso
e que existiam mais respostas aqui na terra do que em todo o espaço
mesmo resistindo
minha razão por completo imergia
na fábula sentimental que ela criara
Capturado através de métodos
do qual um homem não pode fugir
naquele dia me tornava mais um
vulnerável aos caprichos de uma mulher
e imune aos enganos do amor
domingo, 4 de julho de 2010
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Pura vida suja
A rua é seu quarto
se brinquedo é lixo
escolhe com minúcia de gente grande
pedaços de jornal sujo
e tábuas entre pregos enferrujados
visiona uma sala de estar
arquitetada por esqueletos de quarda-chuva
e tiras de papelão úmido
Indiferente à lama e aos arranhados no joelho
mantém semelhanças de quem ainda é criança
decora naturalmente o lugar
dispersa colegas, que precoces
perderam a pureza de simplesmente brincar
A realidade para nós é dura
para um menino com poucos anos de idade
é apenas a pura realidade
sábado, 26 de junho de 2010
Entusiasmo imbecil
Roupa no varal sacode
nuvens crescem, folhas caem
batuta de vento ganha força
melodia toma forma
surge coreografia divina
regida por brisa precisa
a chuva desce
( A chuva vem, e muitas vezes desapercebida,
muitas vezes indesejada, afinal
é apenas outro processo natural da terra
além do que, temos de "tocar" nossas vidas,
pois não há tempo para detalhes
ou preciosismos que uma vez dentro do contexto massante da rotina
já não fazem sentido algum )
terça-feira, 13 de abril de 2010
Atuando
Meu bem bancando a sádica após uns drinks
se torna mais uma dona da verdade
peneirada pela chuva, ressuscita
problemas clichês de um cardíaco amor
com o coração na palma da mão
espreme restos de uma separação
criando assim estrelas de mais um triste show
vai seguindo e o ato não termina
gesticula, nega, afirma
pisa forte numa poça enquanto grita:
não, não é o fim ainda!
Assinar:
Postagens (Atom)