quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tempo, meu tempo.



Eu me achava comum

sem vícios e com uma cabeça limpa

mais uma pessoa dentro do onibus ao trabalho

outro transeunte meio à multidão, normal

mas tudo foi complicando e dando nó

especulações, dúvidas, repostas onde há sempre um porém

um click, eu já estou com vinte e poucos anos

outro click, vou estar casado

mas um click, estarei rumo a posteridade.

Não podemos ser quem fomos,

não podemos hoje sequer ser quem realmente somos.

Lacuna



a gente faz planos
traça metas
se esquiva de ceticismos
tenta ser correto
conquista amigos
evita drogas e se previne
Por outro lado
bebemos álcool, dirigimos
fumamos dezenas de cigarros
usamos ilícitos
magoamos pessoas
somos hipocritas
e fazemos amor sem camizinha
ignoramos o risco
porque temos aquela sensação de imortalidade
ou porque no fundo
sabemos que podemos não sobreviver ao próximo minuto?